domingo, 14 de março de 2010

MINORU NAKAHASHI REVERENDO OU ANTIQUÁRIO E KARINA KRAMER - LÍBANO MONTESANTI CALIL ATALLAH




MINORU NAKAHASHI
ANTIQUÁRIO OU REVERENDO?


Ao convite de Karina Kramer, diretora da Artexport, entidade ligada a Artponto.org, hoje WWW.TVARTPONTO.COM, estive nesta semana, no Templo Luz do Oriente, para documentar a exposição de Ikebana do professor Marcio Soares.
Assim que cheguei fui recebido com muita honra e conduzido a um passeio para conhecer o Templo. Não é difícil imaginar como é belo e cheio de vida, aliás, tudo ali significa vida: na arquitetura, nos jardins, na maneira como são instaladas as pedras, rochas com formas curiosas e decorativas, para as quais nós ocidentais não prestamos muito atenção, mas que na cultura oriental são essenciais para determinarem delicados e belos ambientes externos. Bem naturais mesmo! 


O Marcinho, Karina, Penha e eu procurávamos entender a típica arquitetura japonesa que foi usada para a construção do Templo. Marcinho explicava que a madeira que sustenta o ambiente é montada com encaixes, tal qual se faz no Japão, serve para resistir aos terremotos, que são comuns por lá. Nós sabemos que as construções de madeira são muito aconchegantes, mas não sabíamos que seus projetos são para resistir aos fenômenos.
Sensei Minoru é o reverendo responsável pelo Templo e introdutor da Doutrina Messiânica no Brasil. Ele foi discípulo direto do Meishu Sama, Mokiti Okada, que foi quem o orientou para vir para nosso país para dedicar-se a nos ensinar a importância da vida conforme os preceitos de sua filosofia.



Karina e professor Marcinho, nos conduziram ao gabinete de Minoru Nakahashi para uma rápida entrevista à ARTPONTO.ORG, por mim representada. Eu logo notei que na arquitetura a madeira usada era muito preciosa, Karina interferiu afirmando que foram adquiridas de uma demolição de um grande palácio em São Paulo.
Sensei Minoru atende todas as pessoas que o procuram, nunca evitou oferecer um ensinamento quando solicitado, ele gosta de sua função, ensinar tem sido sua vida. Como idealizador do Templo, seu filho Hiroki supervisionou toda a sua construção. Fiquei sabendo por que perguntei ao Sensei sobre as obras de artes expostas por todos os cantos. São importantes peças encontradas uma a uma, pelo mundo afora. Falei da beleza arquitetônica do ambiente, foi assim que me esclareceu sobre a criação do lugar.
Sr. Nakahashi afirma com sua sabedoria oriental que Deus usa a mão do homem para realizar suas obras aqui em face terrena, considera o artista seu principal executor, permite então que este fique bem próximo de si. O artista é bem próximo de Deus, afirma. Quando lhe perguntei sobre obras de arte religiosas que não condiziam com a doutrina de sua Casa, ele me fala que arte independente de credum, deve transcender qualquer limite, inclusive o religioso. Arte é arte. É vontade divina pelas mãos do homem. Quando as pessoas nos visitam para receberem o Johrei é através das nossas mãos que ele o faz.


Sobre seus ensinamentos o Reverendo diz que tudo se baseia em três colunas principais, que são o Johrei, agricultura e a arte. Essas que podem purificar as pessoas e para trazer o reino de Deus a Terra. Através da arte pode-se elevar o espírito humano para que se aproxime de Deus.
Deus cria tudo do nada. Já o homem precisa da materialidade para criar algo, inclusive dos instrumentos. Apenas a inspiração é divina. O artista recebe influencia, que vai se refletindo em seu trabalho, é como uma percepção da presença divina.
Acredita-se pelo calendário Maia que o mundo irá acabar em 2012. Mas é mundo ruim, virá depois uma época de coisas boas. Cultura, inteligência, força e progresso.
Sr. Minoru é antiquário há 55 anos, já a quase 30 eu o conheço como tal. Foi na época em se inaugurou a Feira de Antiguidades do MASP. Era assíduo freqüentador. Trabalhou no Museu de Tóquio junto de seu tio, logo no após guerra.
Nós falávamos sobre Ukio-è; são aquelas gravuras japonesas impressas sobre papel de arroz, gravadas sobre chapa de madeira. Enquanto eu folheava uma obra antiga composta com centenas de gravuras. Não mais do que de repente parei em uma delas, muito curioso perguntei o que significava, era uma tartaruga que segurava um copo de leite com um Ikebana. Contou-me que a tartaruga representava a longevidade, o copo deleite e o Ikebana a arte e a vida.



Líbano Montesanti Calil Atallah
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