terça-feira, 6 de novembro de 2012

NOSSA SENHORA DA PEDRA BRANCA - TV ARTPONTO




Nossa Senhora da Pedra Branca

Naquele sábado, em 27/10/2012, já estava tratado, eu e o Gibran preparamos as motos para mais uma viajem até a represa de Nazaré Paulista.
Nós deveríamos, depois de partir das Igrejinhas na Penhinha, seguirmos até o atalho que passa por de traz do condomínio Ibirapitanga. Aquilo pode até ser considerada uma trilha de verdade, porem muito leve para os mais experientes. Por ali deveríamos tomar a Estrada da Pedra Branca até o fim, direto para a represa.
Tudo certo, lá nós nadamos fizemos um lanche e depois trocamos a roupa molhada para voltarmos à Penhinha, em Arujá.
O Gibran resolveu tomar à dianteira, acelerou sua moto de forma que a velocidade deixasse de ser moderada. Tive que segui-lo, mas minha moto uma Agrale antiga de 27.5 cavalos ou 275 cilindradas, sofria. Estava difícil acompanhá-lo em sua XTZ 125.
Nós passávamos pelas lombadas que indicavam para os motoristas empreenderem velocidade moderada, mas para nós pouco importava, voávamos a cada uma que passava.
Eu me preocupava com o Gibran, mas não consegui me comunicar com ele para convencê-lo a diminuir sua marcha. De repente senti minha bagagem se desprendendo da moto. Parei no acostamento o mais rápido possível. Olhei para traz e vi tudo espalhado pela estrada: luvas, mochila e jaqueta, só eu não vi a aranha que prendia tudo ao bagageiro.
Voltei a pé para recuperar as coisas, mas não achei a aranha. Quando voltei para a moto percebi que a referida aranha estava enroscada na corrente e na relação.
O Gibran já havia sumido de vista, mas não me preocupei, pois sabia que, notando minha falta, voltaria para saber do acontecido.
Dito e feito, quando chegou perguntou, comentando que havia passado por um cavaleiro e depois que parou sua XTZ por algum tempo, o mesmo cavaleiro chegará e passara por ele. Pensou e resolveu voltar.
Eu considerei um milagre, pois a velocidade que empreendíamos muito me preocupava e aquilo acontecido, me permitiu alertar o Gibran e aí eu passei para frente mantendo uma marcha mais lenta.
Durante a nossa viajem; nós passamos por uma capelinha de beira de estrada. O nome certo é Santa Cruz. Rodei mais uns duzentos metros e resolvi voltar para visitar a instalação e descobrir se havia por lá alguma imagem interessante.
O Gibran reclamou muito, desde a represa já me alertara, dizendo que tinha serviço na oficina e que precisava terminar ainda no mesmo sábado. Mesmo assim eu insisti e voltei para ver a capelinha.
Enquanto eu fazia a volta com a moto pensei em ter visto jogada pelo barranco abaixo, na frente da capela um fundo de imagem paulistinha, original do século XIX, típica do Vale do Paraíba e muito cobiçada pelos colecionadores.
Parei a moto e verifiquei que era realidade, eu dizia: é uma paulistinha..., é uma paulistinha! Mas não acreditava muito em mim mesmo. Desci e tomei em minhas mãos a imagem, mas notei que infelizmente estava com a cabeça decepada.
Mesmo com o Gibran querendo seguir viagem, eu revistei a capela a busca da cabeça. Era tudo uma sujeira só. Demorou uns quarenta minutos para eu encontrá-la jogada e por debaixo do braqueara.
Pronto, está feito o milagre. Juntei as duas peças e embrulhei em uma blusa do Gibran e acomodei tudo em sua mochila.
Na Penhinha mostrei ao Chaker para juntos examinarmos melhor a peça. Era mesmo uma paulistinha rara e autentica. Tinha certa formosura estética.
No dia seguinte, logo bem cedo o Gibran vai para a oficina, mas por incrível que pareça, mais um milagre, ainda estava para acontecer: a roda traseira da moto do Gibran travou com uma mola desprendida do freio.
Por isso resolvi que a imagem deveria ter outra consideração e voltar para seu lugar de origem. Ainda lhe atribuí o nome de “Nossa Senhora da Pedra Branca”.

O projeto para a volta da imagem a sua origem, tem os seguintes requisitos:
- A construção de uma igreja, bem arquitetada para guardar em exposição à imagem no seu estado original, sem nenhum retoque ou restauração, apenas com a cabeça colada ao corpo com cola de farinha.
- A imagem Nossa Senhora da Pedra Branca passa a ser padroeira dos trilheiros e motociclistas.
- Eles deixarão suas orações todas as vezes que passarem por ali, onde se construirá a Igreja preservando a Santa Cruz em seu estado original.
- Na construção deve estar instalado um estacionamento especialmente arquitetado para os intrépidos trilheiros.
No dia da inauguração e depois em todos os dias 27 de outubro a imagem, partindo da Penhinha e em estado de glória será conduzida pelos três trilheiros, Líbano Cali Atallah, eu mesmo e meus dois filhos Chaker e Gibran, acompanhados de caravana de trilheiros até a Igreja batizada com o nome da imagem, Nossa Senhora da Pedra Branca, na Estrada da Pedra Branca, para cerimônia.



Líbano Calil Atallah

 




Chaker Calil Atallah


Gibran Calil Atallah

Obs.: Três cópias deste documento estarão em exposição: um na Penhinha, junto do Chaker, Gibran e Juliana, outro na própria Santa Cruz e finalmente outro no comercio do Paulinho, na estrada de Pedra Branca.

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