Nossa Senhora da Pedra Branca
Naquele sábado,
em 27/10/2012, já estava tratado, eu e o Gibran preparamos as motos para mais
uma viajem até a represa de Nazaré Paulista.
Nós deveríamos,
depois de partir das Igrejinhas na Penhinha, seguirmos até o atalho que passa
por de traz do condomínio Ibirapitanga. Aquilo pode até ser considerada uma
trilha de verdade, porem muito leve para os mais experientes. Por ali
deveríamos tomar a Estrada da Pedra Branca até o fim, direto para a represa.
Tudo certo, lá
nós nadamos fizemos um lanche e depois trocamos a roupa molhada para voltarmos
à Penhinha, em Arujá.
O Gibran
resolveu tomar à dianteira, acelerou sua moto de forma que a velocidade
deixasse de ser moderada. Tive que segui-lo, mas minha moto uma Agrale antiga
de 27.5 cavalos ou 275 cilindradas, sofria. Estava difícil acompanhá-lo em sua XTZ 125.
Nós passávamos
pelas lombadas que indicavam para os motoristas empreenderem velocidade
moderada, mas para nós pouco importava, voávamos a cada uma que passava.
Eu me preocupava
com o Gibran, mas não consegui me comunicar com ele para convencê-lo a diminuir
sua marcha. De repente senti minha bagagem se desprendendo da moto. Parei no
acostamento o mais rápido possível. Olhei para traz e vi tudo espalhado pela
estrada: luvas, mochila e jaqueta, só eu não vi a aranha que prendia tudo ao
bagageiro.
Voltei a pé
para recuperar as coisas, mas não achei a aranha. Quando voltei para a moto
percebi que a referida aranha estava enroscada na corrente e na relação.
O Gibran já
havia sumido de vista, mas não me preocupei, pois sabia que, notando minha
falta, voltaria para saber do acontecido.
Dito e feito,
quando chegou perguntou, comentando que havia passado por um cavaleiro e depois
que parou sua XTZ por algum tempo, o mesmo cavaleiro chegará e passara por ele.
Pensou e resolveu voltar.
Eu considerei
um milagre, pois a velocidade que empreendíamos muito me preocupava e aquilo
acontecido, me permitiu alertar o Gibran e aí eu passei para frente mantendo
uma marcha mais lenta.
Durante a nossa
viajem; nós passamos por uma capelinha de beira de estrada. O nome certo é
Santa Cruz. Rodei mais uns duzentos metros e resolvi voltar para visitar a
instalação e descobrir se havia por lá alguma imagem interessante.
O Gibran reclamou
muito, desde a represa já me alertara, dizendo que tinha serviço na oficina e que
precisava terminar ainda no mesmo sábado. Mesmo assim eu insisti e voltei para
ver a capelinha.
Enquanto eu
fazia a volta com a moto pensei em ter visto jogada pelo barranco abaixo, na
frente da capela um fundo de imagem paulistinha, original do século XIX, típica
do Vale do Paraíba e muito cobiçada pelos colecionadores.
Parei a moto e
verifiquei que era realidade, eu dizia: é uma paulistinha..., é uma
paulistinha! Mas não acreditava muito em mim mesmo. Desci e tomei em minhas
mãos a imagem, mas notei que infelizmente estava com a cabeça decepada.
Mesmo com o
Gibran querendo seguir viagem, eu revistei a capela a busca da cabeça. Era tudo
uma sujeira só. Demorou uns quarenta minutos para eu encontrá-la jogada e por
debaixo do braqueara.
Pronto, está
feito o milagre. Juntei as duas peças e embrulhei em uma blusa do Gibran e
acomodei tudo em sua mochila.
Na Penhinha
mostrei ao Chaker para juntos examinarmos melhor a peça. Era mesmo uma
paulistinha rara e autentica. Tinha certa formosura estética.
No dia
seguinte, logo bem cedo o Gibran vai para a oficina, mas por incrível que
pareça, mais um milagre, ainda estava para acontecer: a roda traseira da moto
do Gibran travou com uma mola desprendida do freio.
Por isso
resolvi que a imagem deveria ter outra consideração e voltar para seu lugar de
origem. Ainda lhe atribuí o nome de “Nossa Senhora da Pedra Branca”.
O projeto para
a volta da imagem a sua origem, tem os seguintes requisitos:
- A construção
de uma igreja, bem arquitetada para guardar em exposição à imagem no seu estado
original, sem nenhum retoque ou restauração, apenas com a cabeça colada ao
corpo com cola de farinha.
- A imagem
Nossa Senhora da Pedra Branca passa a ser padroeira dos trilheiros e
motociclistas.
- Eles deixarão
suas orações todas as vezes que passarem por ali, onde se construirá a Igreja
preservando a Santa Cruz em seu estado original.
- Na construção
deve estar instalado um estacionamento especialmente arquitetado para os
intrépidos trilheiros.
No dia da
inauguração e depois em todos os dias 27 de outubro a imagem, partindo da
Penhinha e em estado de glória será conduzida pelos três trilheiros, Líbano
Cali Atallah, eu mesmo e meus dois filhos Chaker e Gibran, acompanhados de
caravana de trilheiros até a Igreja batizada com o nome da imagem, Nossa
Senhora da Pedra Branca, na Estrada da Pedra Branca, para cerimônia.
Líbano Calil Atallah
Chaker Calil Atallah
Gibran Calil Atallah
Obs.:
Três cópias deste documento estarão em
exposição: um na Penhinha, junto do Chaker, Gibran e Juliana, outro na própria
Santa Cruz e finalmente outro no comercio do Paulinho, na estrada de Pedra
Branca.
fale com nossa diretoria
fale com nossa diretoria
libanoatallah@terra.com.br
WWW.TVARTPONTO.COM
artponto.org@terra.com.br
_________________________
Líbano Montesanti Calil Atallah
WWW.TVARTPONTO.COM
artponto.org@terra.com.br
_________________________
Líbano Montesanti Calil Atallah
_________________________
Líbano Montesanti Calil Atallah